No livro “Daisy Jones and The Six” da autora Taylor Jenkins, é relatado que Daisy utiliza antidepressivos e remédios para dormir, ambos sem prescrição médica, de modo que tais medicamentos deixem de fazer efeito e tornem-se um vício. Na atualidade, esse tipo de situação tem se tornado cada vez mais comum, medicações virarem válvulas de escape para todo tipo de dor, consequentemente, o vício em remédios aumentou.
Nota-se, a princípio, o aumento de vendas de medicamentos, segundo uma pesquisa apresentada pelo Jornal Estadão, houve um aumento de 42% nas vendas de remédios em farmácias no decorrer dos últimos quatro anos. Com o fim de sentir-se bem de imediato, grande parte das pessoas busca o alívio nos remédios. Por exemplo, uma enxaqueca pode ser emocional ou cansaço da vista, para encontrar um alívio o choro pode ser uma solução, já que com ele grande tensão emocional diminui, ou até mesmo um cochilo pode resolvê-la. Porém, na maioria das vezes um analgésico é o escolhido, com o passar do tempo utiliza-o regularmente, mesmo quando não há vestígio de dor.
Outro fator existente são os problemas gerados pelo consumo excessivo e desnecessário de remédios. Além de poder levar o consumidor ao vício do alívio propiciado pela medicação, a utilização de certas medicações podem mascarar sintomas de doenças mais sérias. Por exemplo, o uso indevido de um remédio para dor de estômago pode mascarar uma apendicite que, se tratada corretamente, pode se agravar. Bem como o uso incorreto pode aumentar a resistência dos vírus e bactérias, diminuindo assim, a eficiência dos antibióticos.
Mediante o exposto, percebe-se que a sociedade busca um alívio imediato para suas dores, sendo elas físicas ou emocionais. Porém, o preço a ser pago para alcançar esse alívio pode vir a se tornar um grande perigo para o bem-estar do individuo, entretanto, mesmo ciente dos perigos, muitos buscam o apoio dos remédios. Na sociedade atual existem milhares de Daisy’s, que escondem suas dores atrás das pílulas.
Por Adrielle Ferreira